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Como o Corona Vírus criará novas tendências?

26 de março de 2020

Estamos vivendo uma mudança significativa e importante em todo o planeta por conta de um inimigo invisível e pequeno que nem conseguimos tocar: o corona vírus.

Um terço da população mundial está em quarentena, metade dos estudantes de todo o mundo estão fora da escola e países tem fechado suas fronteiras como nunca se viu antes.

Lugares como Itália, EUA e Espanha tem enfrentado com tristeza e pesar um número de mortes e internações acima do normal, defasando seu sistema de saúde e sobrecarregando médicos e profissionais de saúde.

No Brasil, no dia de hoje 26/03/20, o corona vírus está iniciando a sua propagação e nem sabemos ainda como serão as consequências, visto que temos uma população pobre e vulnerável gigante e que precisa de amparo social e econômico se ficar sem trabalhar.

Há grandes chances de você que está lendo esse texto agora (que deve ser provavelmente arquiteto, designer, artista ou estudante) estar em casa com o escritório/negócio parado ou em esquema de home-office com pouquíssimo trabalho ou até mesmo ter sido dispensado da empresa.

Como ficará o mercado depois do período de quarentena? Será que a nossa profissão ainda vai ser a mesma? Será que você voltará o mesmo para o trabalho? Será que ainda terá clientes?

Muita coisa ainda vai acontecer e muitas águas vão rolar, mas alguns especialistas tem reportado alguns insights interessantesde como será a mudança de tendência e mercados de arquitetura e design daqui pra frente.

Li Edelkoort

Li Edelkoort é dinamarquesa e umas das principais trendforecasters (analistas de tendências do mundo. Numa entrevista ao Dezeen semana passada, Li afirmou que tempos de grandes mudanças virão daqui pra frente.

O primeiro insight dela é a simplicidade. Viveremos uma época de minimalismo onde as pessoas começarão a se perguntar por que tem tantas coisas : Porque preciso disso? Eu necessito mesmo desse serviço? Eu quero comprar isso?

corona virus_li edelkoort

As compras em todos os setores serão muito questionadas e os profissionais precisarão de muita criatividade para inovar e pensar em novos serviços conectados a um novo mindset.

Na arquitetura, talvez isso se reflita num novo estilo. Talvez o serviço de arquitetura e design, principalmente de interiores, da maneira que conhecemos não será mais o mesmo e precisará ser reinventado. Por enquanto, ainda é muito cedo para dizer. Teremos que aguardar e analisar os dados que virão mais a frente.

Li também fala sobre colaboração: coletivos de artistas vão se juntar e montar pequenos negócios em detrimento de grandes empresas. Será a era do DIY (Do it yourserf) onde pessoas comuns criarão e transformarão mercados, e não necessariamente grandes conglomerados detentores do dinheiro. Segundo Li, será a oportunidade de rescrever a história numa página em branco.

Sebastian Errazuriz

Sebastian Errazuriz é designer , artista e especialista em tecnologia e desde o começo da crise vem fazendo vídeos semanais em seu instagram analisando as consequências do vírus para os mercados.

Ele afirma que dentro das casas, viveremos a época da Kondorização, ou seja, aplicar o método KonMari da japonesa Marie Kondo de jogar fora o que não faz mais sentido. Isso se conecta muito com o que Li fala sobre minimalismo e simplicidade.

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Mas Sebastian também fala que do mesmo modo que as pessoas jogarão muita coisa fora e questionarão várias aquisições e serviços, também sentirão a necessidade de novos produtos e de novos serviços. Exatamente que produtos, negócios, serviços, insumos serão esses ainda não sabemos.

A dica é acompanhar e observar para sentir como o seu público-alvo vai se transformar no meio de todo esse processo.

Ele também sugere que você pesquise como o universo online pode te ajudar na sua jornada de trabalho. Será que o que você faz hoje funcionaria dentro de um modelo de empresa digital? Como você pode usar a internet e o trabalho remoto dentro da sua formação?

Yuval Noah Harari

Yuval Noah Harari é um dos historiadores mais renomados do mundo e autor dos livros Sapiens e HomoDeus. Nessa semana ele escreveu um artigo para o Financial Times falando sobre os reflexos do corona vírus no mundo.

No artigo intitulado “The world after Corona Virus”, Harari defende que a cooperação e não a segregação é que salvará a economia e os mercados pós-epidemia. Que os países ricos e as empresas bilionárias deverão doar para os mais necessitados num gesto de solidariedade.

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Harari defende que não é uma época de fechar todas as fronteiras, excluir países, esconder informações, condenar e vigiar pessoas. Precisaremos de união para vencer e crescer com toda essa situação.

Essa colaboração também deve partir dos pequenos grupos, dos amigos, das comunidades, das escolas e faculdades e dos artistas.

Essa afirmações se conectam bastante com os insights de Li Edelkoort que també afirmou que a colaboração entre pessoas e as novas ideias é que salvarão a crise.

Não é hora de tentar sustentar modelos ultrapassados que não farão mais nenhum sentido na nova era que está por vir e sim de aproveitar para repensar esse modelos com criatividade e cooperação.

É fato que precisaremos observar atentamente as novas transformações que estão por vir com cuidado e atenção e principalmente, nos prepararmos para precisar nos reiventar para um novo futuro.

“O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender, e reaprender”

Alvin Toffler