Quem é daqui de Recife já sabe! Todo ano em julho é época de ir na Fenearte, Feira Nacional de Negócios do Artesanato, que está na sua 16a edição e reúne artesãos do Brasil inteiro e também de outros países para mostrar produtos verdadeiramente feitos à mão que vão desde comidas, passando por roupas, brinquedos e objetos de decoração. A Fenearte já é considerada a maior feira do gênero da América Latina!
Fazia uns 2 anos que eu não ia na feira e achei SUPER cheia esse ano, quase insuportável. Difícil mesmo de andar e se locomover, quanto mais olhar os produtos direitinho entre os mais de 400 estandes. Para estacionar e depois sair então foi outro caos. Talvez se ela durasse mais tempo ou acontecesse 2 vezes no ano como a Craft e a Paralela Gift lá de São Paulo não seria tão caótica. Bom enfim, ainda assim valeu à pena porque consegui ver algumas novidades, vamos lá dar uma olhadinha:
O espaço Interferência em homenagem à arquiteta pernambucana Janete Costa é sempre algo legal de ser ver. São vários espaços como sala de estar, jantar, quarto e varanda com sugestão de ambientação decorada com artesanato e peças que estão à venda na Fenearte. Janete, que faleceu há 5 anos atrás, foi pioneira no uso do artesanato nos interiores e o espaço tenta mostrar um pouco do estilo dela.
As arquitetas responsáveis Bete Paes e Roberta Borsoi (filha de Janete) sempre tentam colocar novidades no espaço para que não fique igual a cada ano e reúnem um pouco o melhor da feira. Lá também é possível comprar as peças disponíveis.
Esse ano no Interferência me encantei com as peças desse artesão mineiro chamado Mestre Mário Teles que esculpe essas peças lindas de madeira da foto com detalhes impressionantes. Tinham peças pequenas na faixa de R$ 300 como também peças gigantes como essa da esquerda da foto acima na faixa de R$ 20 mil. O trabalho dele é muito bom e me lembrou um pouco o artesanato feito na Indía esculpido em sândalo.
Já no meio da feira, destaque para os standes 343, 369 e 370 do Imaginário Pernambucano, que é um laboratório de design da UFPE especialista em capacitar comunidades produtoras de artesanato tradicionais e não-tradicionais, e tem como objetivo contribuir para tornar a atividade artesanal um meio de vida sustentável. A idealizadora do Imaginário, Virgínia Cavalcanti, foi minha professora no mestrado e posso garantir que o trabalho dela é único. Esse ano os grupos Artesanato CanaBrava, Quilombolas de São Lourenço e Cerâmica do Cabo entraram na feira com, respectivamente com colares, produtos em palha e produtos em cerâmica. Vale muito à pena passar lá!
Alguns outros destaques que achei foi o stand de Minas Gerais que fica na parte dos estados brasileiros, Minhas tem uma tradição boa de artesanato e tinha muita coisa legal por lá, como essas frutas para pendurar.
Essas luminárias de PVC eram o que mais tinha na feira, achei até meio repetitivo colocarem tantos standes com a mesma coisa, mas vai ver que é um produto procurado, tinha várias mesmo, tirei foto dessa porque achei a luminária interessante mas as outras não eram tão bonitas.
Outra coisa que achei bem legal foi esse trabalho de marchetaria do stand 343, é uma arte difícil de encontrar e principalmente de achar bem feita.
No mais, é sempre bom dar uma olhada na Alameda dos Mestres logo na entrada que sempre tem produtos bons e é a oportunidade de adquirir obras de grandes mestres do artesanato pernambucano como Mestre Nuca (o homenageado desse ano) ou Seu Heleno de Tracunháem sem precisar se deslocar para o interior onde a maioria deles vive.
