Com a densidade demográfica aumentando e terrenos sem construção nos grandes centros urbanos sumindo, restou para a grande maioria de nós, meros mortais, se contentarem e aceitarem viver em espaços cada vez mais reduzidos.
Quanto menos espaço disponível, mais disputado ele fica. Nesta realidade, hoje temos espaços mais caros e menores.
Um infográfico produzido pela edição do jornal O Globo, e adaptado abaixo, mostra a evolução da arquitetura de interiores dos apartamentos de dois quartos no Rio de Janeiro ao longo das últimas décadas:
O espaço diminuiu para todos. Não foi apenas para os que tem um bolso mais restrito. Anos atrás, um apartamento para ser considerado grande tinha em média 250m². Hoje lançamentos com essa metragem são raros e considerados enooormeess!!
Se quisermos dar continuidade ao infográfico, hoje já temos lançamentos de uma nova tendência no mercado imobiliário: os apartamentos “micro”. Que tal você morar bem em 18m²? Tá, ok, sejamos generosos, que tal 30m²? Essa já é uma realidade nos grandes centros urbanos como Nova York, Capitais europeias e, claro no Japão. Agora a tendência já começa a ser comercializada em São Paulo e, não deve demorar muito para chegar por aqui.
A Vitacon comercializa micro apartamentos em SP com projeto de interiores super funcional.
Bom, o fato é que para lidar com espaços “na conta” torna-se imprescindível investir em um bom projeto para maximizar o aproveitamento dele! Sem querer puxar a sardinha pro nosso lado (rsrsrs), mas pequenos espaços merecem grandes projetos! Grandes no sentido de altamente personalizados e adaptáveis às necessidades dos que vão habitar cada cômodo. Por isso, investir em um bom auxílio profissional para realizar o projeto vai fazer seu apê “render”! E eu não estou falando apenas da parte estética! A estética é extremamente importante (ela vai trazer a sensação de bem estar), mas estou querendo enfatizar a funcionalidade mesmo, desde a organização do layout às divisões dos armários!
E é exatamente por conta do investimento em projeto que apesar de menores, muitos apartamentos estão até mais confortáveis – afinal, é preciso pensar melhor antes de fazer qualquer escolha. Analisar bem o “custo-espaço-benefício” antes de realizar a compra de qualquer mobiliário. Pensando mais, temos ambientes mais inteligentes.
E para dar um help na hora de tomar decisões sobre o seu projeto ou mesmo tentar dar uma mudada diy no apê, confira os aspectos mais importantes que vai fazer do seu pequeno apartamento um grande espaço:
1| Layout e circulações
O layout é a primeira fase do projeto e, ao nosso ver, a mais importante. Aqui que se distribuem o mobiliário e define-se a circulação. Para um ambiente “fluir bem” você deve atravessar os espaços sem nenhum obstáculo no caminho (veja a rota pontilhada laranja). Em pequenos ambientes, todo o cuidado com as medidas mínimas é pouco, principalmente nos pontos críticos (circulados em verde). Você sempre terá que ter um mínimo de 60 cm para passar entre dois móveis. A circulação principal deve ficar com um mínimo de 80cm. Os corredores nunca tem menos de 90cm, e você não deve reduzí-los! Essa medida é necessária garantir a passagem de móveis e artefatos maiores. Para sentar e levantar com conforto, deixe sempre um mínimo de 80cm entre a mesa e o mobiliário e/ou parede atrás das cadeiras de jantar.
Se for preciso, eliminar paredes pode dar um upgrade imenso ao seu espaço!
2| Dimensionamento do mobiliário e equipamentos
Este item está completamente ligado ao item anterior. Quando você faz um projeto de layout, você limita os tamanhos dos mobiliários e equipamentos a serem adquiridos. Isso significa que você não pode sair por aí comprando qualquer sofá de 2 lugares. Ou de três. O que você terá de fazer é ver as medidas máximas que seu sofá pode ter e comprar um modelo dentro dessas dimensões. Essa regra serve para tudo! Não adianta: apaixonou por um sofá 15cm maior do que o dimensionado no projeto? Então faça a pergunta: “já que vou aumentar em 15cm meu sofá, vou poder tirar 15cm do rack da tv? Ou da mesa de centro?” Se a resposta for sim, tudo bem, compre seu sofá maravilhoso, faça a compensação e seja feliz. Agora, se a resposta for não, que tal dar mais uma olhadinha? Você não vai querer depois ver seu rack de tv com 20cm de profundidade e os aparelhos todos para fora, né?
Se um sofá de 3 lugares fica apertado, compra um de 2 lugares legal! Se não cabe um jantar de 8 lugares, paciência, coloca 6 de forma que numa eventualidade dê para apertar 8!
Olha essa solução para economizar espaço: mesa de jantar e sofá integrados e, ao mesmo tempo, formando dois ambientes diferentes.
Agora, caso você não abra mão de determinado mobiliário e/ou eletrodoméstico, os tenha definidos já no início do projeto, assim, todo o layout pode ser feito em função desses elementos, redimensionando os demais.
No final, é tudo uma questão de prioridade: quer uma geladeira de 500L? Ok, então nada de 2 cubas no balcão! E por aí vai!
3| Ambientes multifuncionais e mobiliário inteligente
Um apartamento pequeno não dispõe de um cômodo para se fazer um home office, ou quem sabe um quarto de hóspedes, ou tampouco um pequeno ateliê. Mas se você tem a necessidade por um espaço desse tipo ou qualquer outro não tradicional, você tem duas opções: compre um apartamento maior (rsrsrs) ou use da criatividade e habilidade de projeto para criar espaços que atendam às suas reais necessidades. Hoje o home office já invadiu a sala, a pequena varanda deixou de ser um “terraço” e por aí vai. Se tudo for bem planejado, você não precisa temer a hora de receber as visitas em sua casa e ela estar uma bagunça.
O home office organizado não fica feio na sala.
Uma estante pode se abrir em seu ateliê.
Sua varanda pode ser seu home office separado do restante do apartamento.
Móveis multifuncionais são sempre uma boa pedida! Só se liguem se o “custo dupla função” é positivo – se der muito trabalho para modificar a função do mobiliário e essa mudança for corriqueira, melhor ter móveis separados para cada função.
4| Marcenaria sob medida
Aqui não preciso me delongar muito. Aproveitar cada centímetro do seu espaço requer uma marcenaria sob medida e muito bem planejada. Cuidado com lojas de móveis planejados que não possuem flexibilidade de medidas – você acaba perdendo muito espaço para “se adequar” ao padrão da loja. É tanto que hoje muitas lojas já possuem uma boa flexibilidade de seus módulos que atendem a pequenos espaços.
5| Uso inteligente de espelhos
É senso comum: espelho amplia o ambiente! E é verdade! Mas antes de sair revestindo qualquer parede com espelho, pense sobre o que aquele espelho vai refletir. Se o espelho for refletir uma parede branca, não adiantou de muita coisa colocá-lo por lá. Se o espelho for refletir muita luz para uma posição de descanso, talvez gere um ofuscamento incomodo. Se o espelho for até o teto e passe por uma sanca de iluminação, ele pode mostrar os fios e reatores. Então não é qualquer espelho que fica legal. O que devemos ter em mente é: o que ele vai refletir e como isso influenciará meu ambiente?
Para obter bons resultados aposte em espelhos que darão ilusão de continuidade ao ambiente.
Note que se na sala de jantar acima o espelho tivesse sido aplicado na parede onde está o revestimento ele não daria a sensação de duplicar a mesa, não contribuindo assim para criar sensação de amplitude.
Aqui, se você não olhar pro teto, fica difícil saber onde terminar a sala.
6| Iluminação Artificial
A quarta dimensão do ambiente não pode ser esquecida em pequenos espaços. Por mais que uma lâmpada compacta comum de 23W seja suficiente para deixar sua sala clara, investir em diferentes pontos de iluminação vai trazer muiiito mais bem estar e fazer você esquecer o tamanho do ambiente!
A dica não abusar de lâmpadas muito quentes, para não esquentar o ambiente, mas também não esquecê-las para destaques pontuais da decoração, afinal as lâmpadas de LED ainda não conseguiram atingir as halógenas em termos de reprodução de cor e brilho.
7| Ventilação e Iluminação natural
Um ambiente bem ventilado traz conforto e sensação de bem estar. Nunca coloque um móvel grande passando na frente da única janela do seu espaço. Ainda que você pense “ah, esse guarda-roupa vai ficar na frente da parte da janela q não abre mesmo, então não vai atrapalhar”, essa disposição contribui negativamente para o conforto do ambiente. A iluminação natural tem que ser tão priorizada quanto à ventilação. Escurecer o ambiente o fará parecer menor e “menos saudável”.
Você pode aproveitar da forma que der o espaço abaixo da janela, mas nunca ultrapasse seus limites.
8| Uso adequado das cores
O senso comum nos diz que se deve usar apenas cores claras em apartamentos pequenos para “aumentá-lo”. Que os tons mais claros ampliam o espaço é verdade, afinal eles trazem mais luminosidade para o interior. Mas isso não significa que tons escuros estão proibidos. Escolher uma ou outra parede para aplicar um tom mais forte não é nenhum problema para os pequenos.
A regra é simples: a cor escura “traz para perto” enquanto a clara “leva pra longe”. Então quando escolher uma parede, pense se você acha que tem algum problema nessa parede “andar um pouco mais frente” ou vice-versa. Nunca escolha a parede da janela, pois esta tenderá a tornar-se mais escura ainda com o contraste da luz entrando.
Lembre de escolher uma cor que te agrada e que você não vai enjoar fácil. Os tons frios (azuis, alguns verdes, roxos, rosas) são menos vibrantes, portanto menos propícios ao “cansaço visual”. Os tons quentes (amarelos, vermelhos, laranjas, alguns verdes) deve ser usados com mais parcimônia se você não tem uma energia tão vibrante! Os neutros (brancos, beges, cinzas, nudes, madeiras) vão com tudo e são clássicos – podem ser um pouco monótonos se você quiser algo mais alegre.
Na dúvida, deixe as paredes neutras, use as cores nos objetos e saia trocando de cor a cada estação! Rsrsrs
E por enquanto, é isso! E você? Tem alguma dúvida sobre seu pequeno apê? Coloca nos comentários que a gente responde!!
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