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O que a Amazon tem a ver com o mercado de residências

30 de setembro de 2019

Se você pensou em comprar residências alguma vez na vida, duvido que tenha pensado em entrar no site da Amazon, certo?

A plataforma que nasceu no final dos anos 90 e inicialmente era conhecido por ser um brechó virtual vende de tudo. De livros a roupas, maquiagem a residências! Isso mesmo, casas inteiras, com quarto, sala, banheiro e cozinha.

Amazon_Residências_online_smallliving

Preços

Ao preço de 7 mil dólares é possível comprar uma casa que pode ser montada por dois adultos em oito horas. Se você navegar um pouquinho pelo site pode até encontrar outro exemplos maiores a partir de 10 mil.

E modelos ainda mais elaborados com quase 300 m2 e dois pavimentos estão custando em torno de 18 mil dólares, uma pechincha, diga-se de passagem. E o frete ainda é grátis para dentro dos EUA. Olhando a foto abaixo, não parece ser difícil de ser montado.

Amazon_Residências_online_smallliving

Com o mercado de habitação de novas construções bastante estagnado e a tendência do minimalismo e de morar em espaços cada vez menores, essas casas, ainda que com um design elementar, tem feito um grande sucesso mundo afora.

A ideia não é recente, a Sears, mega loja de departamentos americana fundada no fina do século XIX, lançou em 1908 um catálogo para vender casas pré-fabricadas de pequeno porte, fazendo um enorme sucesso na época.

Até hoje muitos desses modelos continuam de pé e funcionando normalmente, apesar de terem sido criados a partir de madeiras de média qualidade há mais de 100 anos.

E as leis?

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Claro que temos muitos aspectos legais envolvidos aí a serem pensados: Em que terrenos podem ser colocados? Como é o IPTU? Como é ligação com rede elétrica e de esgoto?

Mas o sucesso é tão grande lá nos EUA que comitês de discussão de novas regras urbanas para o que eles chamam de small-home living, tem sido criados para tenta regularizar esse novos modelos de morada.

Tem até cidades liberando geral mesmo, como Spur no Texas, que abraçou a causa e se auto-intitulou a cidade das residências pré-fabricadas, cortando os impostos de quem quer ir morar por lá contanto que seja numa dessas casas.

Será que essa ideia pega no Brasil? Seria essa também, como tem se discutido nos EUA, uma solução para os desabrigados e para o déficit de habitação nacional? Comprar uma casa pela internet, afinal, pode ser um bom ou mau negócio?

Como fica o papel dos arquitetos nesse mercado tão polêmico? Temos como competir com isso ou vai será que vai ser o tal do “Se não pode vencê-los, juntes-se a eles?” e aí teremos que criar novas estratégias de planejamento e criação?

Mais um assunto dessa era digital que ainda vai render muita discussão em tantos campos da arquitetura como como urbanismo, materiais, valor, mercado, parcelamento do solo e habitação social.