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Dicas para ajudar você a reformar seu imóvel

1 de novembro de 2014

Reformar um imóvel pode ser um negócio bem trabalhoso e não tem jeito! Quando se fala em obra/reforma/projeto todo mundo já associa a estresse, gasto de dinheiro, problema! De fato, obra, grande ou pequena, é algo um pouco cansativo sim, mas tem sim como minimizar isso. Tanto eu quanto Cecília temos uma experiência boa em reformas de imóveis, principalmente apartamentos, no nosso cotidiano como arquiteta e designer de interiores, respectivamente. E numa dessas nossas conversas diárias sobre os percalços das obras e dos projetos veio a ideia desse post pensando em ajudar vocês a minimizar os problemas diários e cotidianos típicos das reformas.

1. Contrate um profissional

reforma obra

Não quero puxar a sardinha para minha profissão não, mas um profissional habilitado é imprescindível para que você tenha menos gastos e estresse com o projeto. Ao contrário do que as pessoas pensam, a obra fica inclusive mais barata quando tem um arquiteto ou designer por dentro, já que esse profissional vai otimizar todos os gastos e metragens de produtos, além de tentar aproveitar o máximo o que você já tem em casa.

Já vi muita gente se arrepender depois que passou a obra porque não contratou um profissional ou até mesmo pessoas que contrataram e vieram agradecer rezando pra gente depois porque viram como melhoramos incrivelmente aquele espaço que eles não davam nada!

E hoje o mercado da profissão está bastante aquecido, tem profissionais para todos os gostos e bolsos. Foi-se o tempo que o arquiteto/designer era “coisa de rico”. Tem profissionais mais experientes que obviamente custam mais caro e os mais jovens que costumam ser mais baratos, claro que tem menos knowhow, mas são até mais atenciosos e solícitos do que os grandes profissionais que tem muitos projetos e às vezes não dão conta nem de atender o telefone.

Claro que é bom pesquisar bastante sobre a pessoa antes, pedir para ver o portfólio dele, analisar bem o orçamento para ver se inclui todas as etapas do projeto (do estudo preliminar passando pelo anteprojeto e projeto executivo, além de procurar saber se o profissional vai acompanhar  a obra ou indicar uma empresa- tem alguns que só desenham o projeto) e ter uma conversa antes para ver se seu santo bate com o dele, isso é suuuuper importante, gente! O seu santo tem que bater com o dele, senão o projeto não vai rolar bem! Por incrível que pareça é super legal quando o cliente e o projetista tem uma linguagem parecida, tudo flui muito melhor (experiência própria!).

2. Pesquise!

reforma obra material

Tem que pesquisar! Deixe de preguiça e comece a olhar referências na internet ou em revistas para ver acabamentos, cores, revestimentos, móveis que você se identifica. Fica muito mais fácil para você que já tem uma ideia mais clara do que quer e também para o seu projetista que vai identificar o que você quer logo de cara.

Depois de pesquisar muito você vai notar que começa a entender muito melhor as plantas, as perspectivas e até a linguagem utilizada pelo arquiteto. Você vai chegar na obra e ter uma olhar muito mais apurado de tudo! É incrível como no final da obra, os clientes que pesquisaram adquiriram uma “bagagem projetual” maravilhosa que ajuda muito na fluidez da reforma. Já brinquei muito com clientes que não conseguiam nem entender o que era um corte e mais tarde estão até tentando desenhar: “quem te viu, quem te vê, hein?”

Mas nunca deixe de confiar no seu projetista! É muito difícil quando o cliente não confia sem você. Se você pesquisou algo e gostou e seu arquiteto ou designer falar que aquilo não vai ficar legal para o tamanho do seu projeto, por exemplo, confie nele. De que adiantou contratá-lo se você não vai ouvi-lo?

3. Acompanhamento

reforma obra acompanhamento

Não suma e deixe tudo nas mãos dos  outros. Por mais que você tenha contratado um projetista e até mesmo um mestre de obras pra tocar tudo, procure sempre ir na obra, umas três vezes por semana. Pela minha experiência obra que flui rápido é aquela que o cliente tá em cima, cobrando todo mundo, tentando entender como as coisas estão funcionando, contando material. Eu costumo sempre dizer que o cliente é o administrador da obra, principalmente quando falamos de projetos residenciais quando o envolvimento emocional com tudo é muito maior.

4. Paciência

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Não tem jeito! Apesar de tudo isso aí de cima que eu falei minimizar muito os estragos, obra sempre vai ter estresse. Seja o gesseiro que sumiu uma semana, o piso que veio todo manchado de fábrica e vai precisar ser trocado, uma parede de gesso que arriou com o peso de um móvel mais pesado, e tudo isso atrasa o prazo final em meses. Essas coisas sempre (eu disse SEMPRE) acontecem.

São muitos profissionais, produtos e lojas diferentes envolvidos e é impossível que todos tenham um diálogo, por mais que tenha um arquiteto ou designer a frente. Obra não é uma empresa que todo mundo senta uma vez por semana pra fazer uma reunião (seria ótimo se fosse), obra é cheia de etapas e geralmente os profissionais entram em momentos diferentes: pedreiro, encanador e eletricista, gesseiro, pintor e por último marceneiro; dificilmente eles estarão todo juntos dialogando ao mesmo tempo.

E é bom lembrar:  projetista não é pedreiro! Ele vai na obra geralmente uma ou duas vezes por semana (na maioria dos contratos) pra ver se tudo está correndo de acordo com o desenho e não é papel dele contar se a quantidade de cerâmicas veio certa ou se o encanador foi trabalhar na sexta-feira.

E não adianta fazer cara feia, arranjar um culpado, ficar de mau humor. É respirar fundo e resolver o problema. Tem que ter muita paciência e disposição mesmo e já começar a reforma disposto porque lá na frente tudo pode acontecer.

5. Respeite o projeto.

reforma obra projeto

Não tente mudar coisas do projeto ou durante ou após a reforma por vontade própria. Os projetos arquitetônicos tem uma unidade que deve ser respeitada. Sim, aquela parede azul foi pensada para dialogar com alguma coisa! Tudo está integrado e amarrado num projeto. Já vi muito cliente que tentou modificar o projeto e acabou ficando tudo muito pior e por mais que ele estivesse achando “mais bonito”, aquele elemento modificado e não pensando pode causar problemas, como foi o caso de uma cliente que decidiu colocar uma fita de led na junta de dilatação do box e resultado: o led não aguentou o vapor deu um curto-circuito que acabou com o gesso.

Se não gostou de algo, fale com o seu projetista para que ele sugira algo que respeite a unidade projetual.