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Um aplicativo será o arquiteto do futuro?

15 de novembro de 2019

Como trabalharão os arquitetos do futuro? Qual vai ser a importância da profissão num tempo onde as máquinas processarão dados milimétricos em tempo recorde?

Essa semana estava lendo um artigo no Curbed, que falava como a Amazon começou a investir na startup americana PlantPrefab, especializada em construir casas pré-fabricadas em tempo recorde.

A empresa possui uma equipe de arquitetos que dão assinatura à marca, mas na verdade são os computadores que estão de frente da coisa toda. Os clientes podem escolher o projeto pela marca do arquiteto que será interpretada pelo algoritmo e permeará o desenho do projeto, por isso, para fazer parte do Plant Prefab, o seu escritório precisa ser convidado e ter uma marca MUITO forte e MUITO conhecida.

Essa marca não inclui apenas um design peculiar e com identidade, mas um conjunto de estratégias como branding e gestão de marketing para que seu projeto vire um produto. São novos tempos para o mercado…

Amazon, sempre ela!

Esse não é o primeiro investimento do Amazon na linha casa-construção-eletrodomésticos. Desde o ano passado, eles tem trabalhado pesadamente na divulgação e design de produtos para a casa como TVs, subwolffer, relógios, microondas….todos conectados com a residência através de wi-fi… é a tão falada Alexa!

A Amazon também tem fomentado a venda de residências prontas dentro da própria plataforma e eu já postei sobre isso nessa matéria aqui.

Nota-se aí uma vontade nascente de dominar com força esse mercado de vida doméstica, que é um dos mais lucrativos dos EUA.

Em vista de todas essas informações, como podemos imaginar as casas e as obras do futuro? Se um aplicativo vai facilitar a minha obra, barateando os custos de desenho, material e equipamentos com uma plataforma totalmente integrada, por que eu contrataria um escritório de arquitetura?

O caminho da assinatura e de criar uma identidade de desenho própria, virando uma marca para o público, nos salvaria? Será que todos os arquitetos conseguiriam essa proeza?

Com um crescimento de 36%, segundo o CAU, no número de arquitetos formados desde 2012 até hoje, será que todos terão espaço?

Muitos questionamentos e mudanças ocorrerão na carreira de arquitetura e urbanismo nos próximos anos. Cabe ficar alerta e acompanhar como transições profissionais podem ser necessárias em tempos de startups globalmente conectadas. Qual será o futuro da arquitetura?