Design de Experiências é a prática de projetar produtos, processos, serviços, eventos, jornadas e ambientes com foco na qualidade da experiência do usuário e em soluções culturalmente relevantes.
Antes, eram as empresas que dominavam e controlavam o que as pessoas achavam dela, por questões óbvias: a comunicação era uma via de mão única e, para piorar, a internet não existia. Porém, hoje, o cenário é totalmente diferente: pessoas têm tanta voz — se duvidar, até mais voz — do que as marcas e também podem controlar a imagem que vai ser construída delas.
Jornada de Compra
Se atualmente as pessoas têm um papel tão importante na construção da reputação dos negócios, a única forma de fazer com que elas espalhem naturalmente quão maravilhosa é sua marca será entregando uma experiência fantástica para elas durante toda a jornada de compra. Ou seja, as empresas vão precisar entender o que é design de experiência e como ele pode ajudar.
E quando falamos de espaços comerciais como lojas, livrarias, parques de diversões, cinemas, restaurantes e bares; essa jornada experiencial deve ser cada vez mais forte para criar um relacionamento com o cliente em detrimento das compras online.
Segundo a CEO da Glossier[,empresa de skincare americana, Emily Weiss, o comércio emocional pode ser um modelo para o futuro do varejo. A marca começou como um blog, depois se transformou em uma empresa de mídia e mais recentemente se transformou em uma rede de lojas física. Como eles conseguiram isso?
Primeiro criaram uma legião de fãs da marca que consome seu conteúdo ativo nas redes sociais, permitindo que seus clientes informem suas preferências e gostos ao invés de ter uma equipe criativa que diz o que o usuário quer consumir.
Para a Glossier, o designer é o cliente e a equipe está lá para ouvi-lo, para isso o design de experiências é fundamental O contato tête a tête é tão grande que os clientes querem participar do espaço físico de vendas como se fosse um templo pronto para recebê-los. É a emoção e a empatia sendo usada como ferramenta de conexão.
Mais de meio milhão de clientes visitaram a loja desde que foi aberta em 2017. O projeto favorece o conforto, como se fosse uma casa aberta para recebê-los, priorizando a experiência de uso do produto: pias, cadeiras, camas, mesas e espelhos estão à disposição por toda a parte para que o cliente possa testar e colocar a mão em tudo.
Gerando Experiências
Gerar experiências para o cliente conhecendo todas as suas nuances e segmentando o máximo possível as vendas vai ser um recurso cada vez mais adotado pelas marcas. Ou seja, uma ida ao shopping no caso de uma compra presencial será um verdadeiro evento experiencial extremamente particular e individual.
Em Amsterdã, o arquiteto Ben van Berkel, do UNStudio, lançou uma nova empresa chamada UNSense, que explora tecnologias sensoriais para cidades. A KPF da cidade de Nova York lançou uma divisão chamada UI (Urban Interface for Cities), que usa análise de dados urbanos para a tomada de decisão informada no projeto de edifícios e cidades.[
Ou seja, o design de experiências serve do design de um objeto, para lojas e até para o desenho complexo de edifícios e cidades.
Na arquitetura, sempre buscamos seguir bons princípios de design, mas nem sempre acabamos alcançando o melhor resultado. Ao projetar com respeito a coisas como atmosfera, temperatura, luz e cheiro (nosso sentido que está mais intimamente ligado à memória), somos capazes de criar experiências altamente sensoriais que tocam o subconsciente dos visitantes.
É interessante ver empresas de arquitetura e design usando uma abordagem interdisciplinar para explorar esses novos campos e que também estão expandindo seus modelos de negócios para incorporar novas práticas.
O design de experiências pode ser um nicho positivo de atuação num mundo onde a atenção do consumidor para os projetos de varejo se tornam cada vez mais constantes.